ESPAÇO CULTURAL PARA OS AMANTES DA POESIA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.



 
InícioPortalÚltimas imagensRegistarEntrar
Procurar
 
 

Resultados por:
 
Rechercher Pesquisa avançada
Últimos assuntos
» Onde e Aonde
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeQua Jul 06, 2011 7:17 am por Edvaldo Feitosa

» VENTO
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeQua Abr 27, 2011 5:46 am por Odir, de passagem

» Quadra - Parabéns São Paulo
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeTer Fev 08, 2011 2:28 am por Vilma Piva

» OUTONO - I - II - III
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeTer Jan 25, 2011 2:55 pm por Vilma Piva

» FUGA / SOLIDÃO
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeTer Jan 25, 2011 2:46 pm por Vilma Piva

» Folhas I
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeDom Jan 23, 2011 9:38 am por Marli Franco

» Ausência
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeDom Jan 23, 2011 9:35 am por Marli Franco

» DEUS NASCEU NO EXÍLIO
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeSáb Jan 01, 2011 5:21 pm por Vilma Piva

» COMIDAS DE ANO NOVO
A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeSeg Dez 27, 2010 3:01 am por Vilma Piva

Navegação
 Portal
 Índice
 Membros
 Perfil
 FAQ
 Buscar
Fórum
Parceiros

 

 A BELA E TRISTE CLARICE

Ir para baixo 
3 participantes
AutorMensagem
Damião Cavalcanti
Amigo Bronze
Amigo Bronze
Damião Cavalcanti


Data de inscrição : 03/07/2009
Localização : JOÃO PESSOA - PARAÍBA

A BELA E TRISTE CLARICE Empty
MensagemAssunto: A BELA E TRISTE CLARICE   A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeQua Abr 07, 2010 6:52 pm

A BELA E TRISTE CLARICE

Na semana passada, Fabrizzio informou aos amigos o que toda rua sabia: a mãe se foi embora com o melhor amigo do pai. Disse ele que, em casa, ninguém entendeu o porquê. O pai tem acima de sessenta anos e, durante toda vida, tratou a companheira com muita fidalguia. Ultimamente, vinha misteriosamente calado, abria a boca apenas para continuar demonstrando ser uma pessoa educada: “ - Bom dia! - Com licença!- Perdão! – Boa noite! Até amanhã!” Fora lembrar a injeção da diabetes, pouco incomodava Bentinha. “- Tem um apetite de cavalo”, era sempre o que ela repetia sobre o marido, jamais cansando de reclamar-lhe as “extravagâncias” e que, um dia, ele morreria por não tê-la escutado. O pai parecia não saber o que estava ouvindo e repetia como imitasse uma ladainha: “Extravagância! Extravagância!“ Sua irmã Clarice via naquela repetição uma velada crítica do pai à cantilena que escutava da mulher. Contudo também não sabia explicar porque ela fora embora e mais com aquele que demonstrava especiais atenções à sua família.

Por que ir embora? Às vezes em que se demonstrava zangada com alguém de casa, verbalizava cuidados com a saúde de todos, o que não deixava de ser queixa de mãe e, se ao filho Fabrizzio, dirigia-se com feições de ternura. Com esmero, escondia do marido tudo o que era doce. Esses gestos não agradavam a ele, que, em silêncio, resmungava perda de liberdade. Mas, os filhos achavam que fazia parte dos cuidados que ela dedicava à família. Afinal de contas, nunca deixou de ordenar que a casa estivesse permanentemente varrida; a mesa forrada, sempre preparada às refeições. Uma vida pacata, de rotina. Mas, que desgosto teria acontecido à Bentinha? “- Nunca um de nós a viu chorar.” Apenas se desconfiava do modo demorado com que olhava a rua, debruçada à janela, horas e horas, fitando a mesma coisa, pensativa como visse outro mundo.

Fabrizzio comentou que tanto o pai como a mãe não se manifestavam afeitos à troca de carinhos. Viviam em paz, como irmãos que moram sob o mesmo teto, parecendo levar uma vida feliz. Aqui e acolá, escutava algumas insinuações sobre o esquisito comportamento da mãe à janela. A irmã pedia que se calasse, que aquilo não passava de boatos sem fundamento, de gente que, por natureza, gostava de inventar histórias, incomodando-se com a felicidade alheia. Clarice assumiu o lugar de dona de casa, inclusive o costume de debruçar-se todas as tardes à janela, à espreita do namorado, pousando numa das suas bicicletas Monark ou Bristol. E também, como ela confessava a Fabrizzio, não cansava de aguardar o retorno da mãe: “Assim como foi, voltará. Voltará... nem levou consigo o gato que tanto amava”.


Última edição por Damião Cavalcanti em Qui Abr 08, 2010 9:14 am, editado 1 vez(es)
Ir para o topo Ir para baixo
Odir, de passagem
Amigo Prata
Amigo Prata
Odir, de passagem


Data de inscrição : 11/07/2009

A BELA E TRISTE CLARICE Empty
MensagemAssunto: Re: A BELA E TRISTE CLARICE   A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeQui Abr 08, 2010 4:17 am



A BELA E TRISTE CLARICE Poesias

SONETANDO O POETA E CONTISTA DAMIÃO CAVALCANTI

A BELA E TRISTE CLARISSE


E Bentinha se foi. Foi-se, de fato!
Levou consigo um casamento antigo,
deixando junto a mim, como castigo,
seu sarcástico riso num retrato!

De um drama de amor último ato,
da traição o último fustigo:
Ela se foi nos braços de um amigo
e me esqueceu, como esqueceu do gato!

O meu filho, Fabrizzio, à rua disse
do que sabia sobre a vida dela
junto à janela, na sem-vergonhice.

Agora a minha filha se revela
de senso igual à mãe. Triste, Clarice,
espreita namorados na janela!

Odir, com aplausos ao poeta, de passagem.
Ir para o topo Ir para baixo
http://oklima.net
Vilma Piva
Amigo Diamante
Amigo Diamante
Vilma Piva


Data de inscrição : 02/07/2009
Localização : Araras - SP

A BELA E TRISTE CLARICE Empty
MensagemAssunto: Re: A BELA E TRISTE CLARICE   A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitimeSáb Abr 10, 2010 8:54 am

Damião, querido e Imortal Poeta,

Talvez a vida se repetirá.... Pobre Clarice.... sem nada compreender sobre a hora do basta
e do seu provável destino.....Belissimaaaa crônica !!! Maravilhaaaaaaa

Beijos Lindos,
Vilma
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





A BELA E TRISTE CLARICE Empty
MensagemAssunto: Re: A BELA E TRISTE CLARICE   A BELA E TRISTE CLARICE I_icon_minitime

Ir para o topo Ir para baixo
 
A BELA E TRISTE CLARICE
Ir para o topo 
Página 1 de 1

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
ESPAÇO CULTURAL PARA OS AMANTES DA POESIA  :: VARANDA POÉTICA :: SALA DA PALAVRA :: Crônicas-
Ir para: