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 FAZENDA COLHEITA FELIZ - I - II e III

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Tere Penhabe
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Tere Penhabe


Data de inscrição : 02/01/2010
Localização : Santos SP

FAZENDA COLHEITA FELIZ - I - II  e  III Empty
MensagemAssunto: FAZENDA COLHEITA FELIZ - I - II e III   FAZENDA COLHEITA FELIZ - I - II  e  III I_icon_minitimeTer Fev 09, 2010 9:17 pm


I
IM DEFESA DUS MEUS OVO
(Terê das Bêra Mar)


Eu tô muito disgostosa
cum argo qui aconteceu,
sinceramente, essi mundo
di há muito já deu o que deu.
Ninguém mai tem nem lisura
são tudo uns cabeça dura,
Entre os qui iscapa, to eu.

Eu vô contá du cumeço
que é procêis mi intendê
avaliá meu disgosto,
junto cumigo sofrê.
Foi na sumana passada,
qui eu entrei nessa imbolada,
e já tô a mi arrependê.

Ando injoada de poetá,
mai sem sirviço na tenda,
cumo dizia meu tio,
muié à toa é coisa horrenda.
Vai daí chegô mia fia
e preguntô si eu quiria,
sê dona duma fazenda.

Diz que eu pudia comprá,
sem nem fazê muito isforço,
que ela mi indossava as letra,
inda mi dava um reforço.
Eu fui, módi mi interá,
di cumo ia funcioná,
vê si garantia o armoço.

As fazenda era bunita,
dava inté gosto de vê,
e fuça daqui, dalí,
fui sabeno os trelelê.
Era um tar de compra e vende,
robá é de lei, mai depende,
só uma veiz que dá pá sê.

Eu quando vi esse negoço,
di qui pudia robá...
já fiquei meio cabrera,
pensei bem: num vai prestá...
Mai im todo caso eu entrei,
di juêio nu chão, jurei,
nada de ninguém pegá.

Eu vô mostrá presse povo,
que dá pá subí na vida,
sem metê a mão na cumbuca,
prá ficá disinxavida.
Vô prantá a honestidade,
cum cinto de castidade,
que é pá ficá garantida.

Cumo dizia mia vó:
dessas tar boa intenção,
o inferno tá repretinho,
num sobra mai nem um quinhão...
Cismei que ia trabaiá!
E garrei o cabo da pá,
di fora a fora nu chão.

Ranca mato, ranca peste,
móia lá os terrero alheio,
num parei nem pá cumê,
corpo véio tava feio.
Mai tava ino inté bem,
qui di vintém im vintém,
meu baú já tava cheio.

Ganhei tamém uns presente,
primero, a batata-doce,
dispois ganhei um tomati,
eu num sei quem é qui troxe.
Eis joga lá no terrero,
a gente cata ligero,
cumo si dono já fossi.

Mai o trem é cumpricado,
quiria prantá maçã,
barraro eu sem recurso,
mi chamaro de tantã.
Mi dero o que num priciso,
rosa vermeia e narciso,
e uma "Grória da Manhã".

Nu cumeço num intendia:
num posso prantá o que quero,
mai vem cum esse xororô,
recompensa e lero-lero...
E dá-lhi frô de presenti,
que é pá inganbelá a genti
só pá dizê que eis que dero.

Mai tudo bem memo assim,
tava filiz di dá gosto,
num tinha o qui recramá,
nadiquinha di disgosto,
trabaiava feito môra,
eu que sonhei sê dotora,
mai meus bem tava bem posto.

E as cumadi fricotera
tuda hora aparicia,
"Eu vim aqui ti ajudá"
na cara dura, dizia.
E a tonta aqui querditava
inté memo já pensava,
im lhis dá arguma aligria.

Só que nessa madrugada,
conticeu uma disgraça,
eu nunca vô mi isquecê
por mai que esse tempo passa.
Minha portera imperrô,
quando a galinha botô,
tenho pra mim que é trapaça...

duma tar de Carioca,
mai quatro do memo bando,
entraro na mia fazenda,
o que deu, foro levando.
Mia galinha isperniava,
Correeeee, Bêra, ela gritava,
nem ovo tá mai sobrando.

Fartô memo só chorá,
a cuitada da penosa!
Sei que por mim tem amô,
puis dexei elas famosa.
Mai as cinco discarada,
sem querê sabê di nada,
pularo a cerca, as danosa.

Eu to aqui inconformada...
Cumo pode acontecê?
Robá galinha, vá lá...
Mais ovo? É de doê!
E são tudo dama nobri,
intorta a nariz pá pobri,
cheia dos teretetê.

Eu vô proveitá a dexa,
e fazê uma sugestão,
pá mudá o nome do trem,
naquela terra do cão.
Num servi pá mia família
divia chamá Brasília,
e istipulá mensalão.

(Tere Penhabe)
Santos, 25/01/2010

II

A FAZENDINHA VAI BEM...
(úrtimas novidadi)
(Terê das Bera Mar)

A fazendinha vai bem,
mai pudia tá mió,
num fossi essis muquirana,
que tem arma de coió.
Cambada de invejoso,
ôio gordo, iscalapioso,
num tem nu mundo pió.

Memo assim tô arribano,
inté miti a mão no borso,
pamordi comprá uns euro,
e pudê dá lá um reforço.
Gastei chorano, deiz conto!!!
Isso pra mim é confronto,
que inté mi torço e retorço.

Pricisava comprá terra,
falano a bem da verdadi,
sem ela num tem prantio,
num omenta a propriedadi.
E cuntinuo na lida,
mai to ficano fudida,
co povo e a sua mardadi.

Eis deve de tê sabido,
que eu ganho o meu dindin,
tirano as praga das pranta,
que eis num cuida direitim.
Puis sabi o que mi fizero?
Di lembrá nem gosto e quero,
nas prantação dero fim.

Rancaro o pão da mia boca,
eita povinho veiaco!
Bem que diz: Deus dá a farinha,
o diabo carrega o saco.
To quaji disimpregada,
sem ganhá mai quaji nada,
tô lá coçano o suvaco.

Quando lero meu cordel,
mordero as unha, os fuinha!
Dicerto pá si vingá,
pur verem o que eu já tinha...
Si a terra tá vazia,
as praga num faiz fulia,
eu num ganho mia graninha.

Mais num foi a Carioca!
Que feiz esse mar mandado,
Carioca é boazinha,
defeito dela é sagrado,
num tem otro parecido,
ninguém conta pa marido,
roba ovo e tá cabado.

A megera é arguma peste,
deve sê fã dotro lado,
mai mi feiz a picuinha,
seu nominho tá marcado.
Tem tamém a lençoense,
nem roba nem fai suspense,
dexa os nabo pindurado.

Intão vô passá um aviso,
quem avisa é amigo bão:
ceis trata de prantá nabo,
ou no ceis passo o facão.
Terra vazia num presta,
só mi apurrinha e mulesta,
fai inté mar pu coração.

E pur nóis falá im nabo,
lembrei dotro precedente,
quem pensa que a ladrãozada,
é só do povo da gente...
Ah mai tão muito inganado,
qui os puderoso é safado,
cruer, mardoso, incrementi!

O homi que vende as terra,
pramordi nóis curtivá,
dicerto ficô sabeno,
que eu vivia a recramá,
do tar Narciso imponenti,
que me dero de presenti,
e o puto foi lá rancá.

Acordei di magrugada,
nem cheguei a lavá a cara,
corri pra vê cumo tava,
a frozinha que eu prantara.
Quaji dismaiei di susto,
pá mi arribá foi um custo,
do qui fizero os coivara.

Nu lugá do meu narciso,
tinha lá dois pé de nabo,
vê si podi, PÉ DI NABO!
Si ao meno fossi quiabo...
Pió que dero maduro,
maduro num tem futuro,
as ladrona dero cabo.

Teve uma mais afoita,
que se veste di princesa,
desceno uma iscadaria,
que o retrato é uma beleza!
Mai mi levô quatro nabo,
num tem senso essi diabo?
Haja nabo e haja proeza!

Puis é, mas to ino bem.
Cunsigui comprá um cuêio,
que num dá leite nem ovo,
num vai me causá aperrêio.
Du jeito que elis imprenha,
nem careci botá lenha,
logo tô co imborná cheio...

da grana que eu vô ganhá.
Sô sitianti di juízo!
E rapidinho, num sabi?
Malemá o relógio aliso,
compro a ração do bichinho,
cada oitora dô um tiquinho,
seis dias só que eu priciso.

Tá resorvida a questão!
Co a dinherama que vem,
vô mandá fazê um castelo,
daquele que o Nando tem,
ficá de papo pro á
vendo as foia balançá
e contano meus vintém.

Qué vida mai garantida?
Sem pensá nem na marmita,
que hoje vem batata assada,
amanhã, batata frita.
Intão... CABA NÃO MUNDÃO!!!!!!!!!
Mai num caba memo não!
Si acabá agora, mi irrita.

Ah... já ia mi isqueceno,
do caloti que eu levei.
Tinha lá uns caraminguá,
intão cumigo eu pensei:
Vô renová o panorama,
sem isperá pur mai grana,
e na lojinha eu entrei.

Pidi uma decoração,
pra pô na minha fazenda,
quiria pedra bunita,
samambaia tipo renda.
O moço ofertô uma azur,
cas pedra no lado sur,
e era boa a oferenda.

Puxei da burra e paguei,
sem nem memo pichinchá,
mai quando cheguei e instalei...
ah moço... nem vô contá!
Du panorama, só tinha,
uma pedra azur, fuinha
di fazê a genti ingasgá!

Era só um pedacinho,
du qui o desenho mostrava,
vô tê qui comprá di novo,
eu pur mim já nem comprava!
A froresta, o rego, o morro,
a casinha do cachorro,
e o castelo que eu sonhava.

Pur hora eu acho que é só...
Eu num sô di dá consêio,
mais se ocê anda burilado,
co a tristeza sem tê freio,
Se já tá deprê di novo,
só caçano pelo im ovo...
entra aqui pro nosso meio.

Vira logo um fazendero,
tem nada mió di bão,
vai vivê vida do campo,
sem inchenti i insolação.
Di quebra inda fica rico,
num vai mai pidí pinico,
mióra sua situação.

E num si afeti cos robo,
tá nus rigoris da lei,
pra nóis num é novidadi,
si eu num robo, já robei.
O importanti é sê filiz,
seno paiaço aprendiz,
um dia nóis chega a rei.

(TerePenhabe)
Santios, 27/01/2010

III

CRISE IXISTENCIAR DA BÊRA MAR

(Terê das Bêra Mar)
[Smile]
Cuntinuo aburricida
essa vida só dá furo,
nessas lida de fazenda,
nunca mai que eu aventuro.
Num dei conta do recado,
cunforme tinha pensado,
sê honesta é jogo duro.
[Smile]
Agora tô num dilema,
difici di resorvê:
si compro arma pesada,
ou mió é si convertê.
Eu sempri fui boa praça,
mai danei a robá cabaça,
num sei nem memo pra quê.
[Smile]
Eu já fiz mioramento,
só farta trocá a maloca,
mais agora faço parti
do bando da Carioca.
Tive qui mi pervertê,
modi o jeito delas sê,
mi dava água na boca.
[Smile]
Num risisti, mi intreguei,
tar quar donzela pacata,
nus furto, num sô mai virgi
se eu falá isso é bravata.
Pá dizê bem a verdadi,
gostei uma barbaridadi,
é bem facim sê pirata.
[Smile]
Dasveiz eu sinto remorso,
choro cupiosamenti,
mai já passa rapidinho,
e eu saio comprá sementi,
co dinhero marfadado,
fruto du qui foi robado,
iguar quasi toda genti.
[Smile]
Mai as cabaça eu num vendo,
mandaro dexá guardado,
pra que é que vai sirví,
num si sabi dessi fado.
Mai eu num tô satisfeita,
que o povo ingoli a disfeita,
purém tem mi procurado.
[Smile]
O fato tá cunsumado,
agora eu virei "mão branca"
a danada que passeia,
das portera, tira a tranca.
Num foi eu qui cumecei,
mai já qui fiz e gostei,
cumigo a prosa é bem franca.
[Smile]
E num dianta ficá macho,
nem comprá cachorro brabo,
sê murdida preu é moli
o importanti é levá o nabo.
O jeitim de si vingá
é tentá vim mi robá,
num garanto é resurtado.
[Smile]
Vim aqui mi confessá
módi que sô transparenti,
quem quisé mi apontá dedo,
só aceito se fô repenti.
Se tivé que me acusá,
só mi faça a cordelá,
ou prenda a língua nus denti.
[Smile]
Fora isso, o trem tá bão,
num muvimento danado,
tão chamano a Bêra Mar,
pros caso mai cumpricado.
Eu tô memo uma dotora,
nu cargo de cunsurtora,
tudo eu tenho distrinchado.
[Smile]
Chega genti tuda hora,
qué cumigo si orcutá,
a Lençoense gritava,
"Mia fazenda num tá láááááá!"
Até Cici que é madami,
toda cheia dus ditami,
mia vizinha qué ficá.
[Smile]
Minha cumadi Minera,
boa praça, essa vizinha,
aceitô o meu cunvite,
comprô logo a fazendinha.
Eu ganhei a corretagi,
mai foi a pió viagi,
danô co a pacença minha.
[Smile]
Primero já recramô,
que tava muito xinfrim,
num si contenta cum nabo,
"Eu, prantá nabo? É o fim!"
Paricia a maritaca,
dano corda na matraca,
só nu tar firinfinfin.
[Smile]
Puxa a burra aí cumadi,
eu lhi disse, logo, aos berro,
ranca uma nota de cem,
qui prosa num intorta ferro.
Ela já foi lá nu banco,
troxi a grana, deu um tranco,
e disimbestô nu aterro.
[Smile]
Comprô galinha e vaquinha,
disse um porco tê comprado,
mai quando eu fui cunfirí,
nu porco tinha montado.
Era ovelha, cuitadinha...
di porco, nada ela tinha,
ninguém mereci essi fado.
[Smile]
A cumadi danô a andá,
meio aparvaiada e tonta,
doida que só, pá comprá,
lugá nu céu, bem na ponta.
Cô dinhero que sobrô,
cumigo si cunsurtô,
catô um cuêio e fechô a conta.
[Smile]
Mariquinha das Campina,
encheu meu saco di jeito,
quiria purque quiria,
sabê quar era o defeito,
que eu num tinha lhi chamado,
pá lidá cum pranta e gado,
achô qui isso era marfeito.
[Smile]
Tudo bem, chamei a dita,
e tá lá, secano a terra
os seu quato pé de nabo,
que ela nunca disinterra.
Já até virô lanterninha,
nem é mai minha vizinha...
Ei cumadi!!! Disimperra!!!
[Smile]
Quisero mudá meu nome,
por conta da cupação,
e foro tantos parpite,
qui pudia inté sê bão.
Mai ceis discurpe meu povo,
num vô caçá pelo im ovo,
o mar é meu coração.
[Smile]
O Soba lá da Bahia,
fô o primero a parpitá,
Maria das Bêra Frô
eli veio mi chamá.
Ô Sinhá das Bêra Horta,
cumpadi, sior si comporta!
Sinão vai me arreliá.
[Smile]
Os nabo criscido e tudo,
é coisa de grandi monta,
vô chamá a patroa vossa,
pramodi lhi prestá conta.
Dipoi num vá recramá,
se ela imputecê e cortá,
do vosso nabo, uma ponta.
[Smile]
Teve mai otos parpite,
arguns inté meio bão,
mai eu num sô de mudá,
quem muda é meu coração.
Um que me pôis a pensar,
que im veiz de Bêra Mar,
mi chamassi Bêra Chão.
[Smile]
Mai dexa meu nome queto...
Eu to aqui matutano
e tentano disvendá
um trem que eu ando notano...
Num é só a Carioca,
tem um bando de dondoca,
que cabaça anda prantano.
[Smile]
E cumo dá prijuízo,
eu cheguei à concrusão
que vão querê transprantá,
iguar faiz co coração.
Pá ajeitá a pirsiguida?
Pá inveredá nessa lida,
nu é dessa cabaça não!
[Smile]
A dona lá de Brasília,
já qué si refastelá,
diz que vem tomá café,
cum broinha de fubá.
Fez a lista di incomenda,
diz que tem toda fazenda,
si quisé que vá comprá.
[Smile]
O cumpadi do banespa
teve lá nu meu rincão,
pringuntô si tem curuja,
bosta de vaca no chão.
Cumpadi, mai qui bestagi!!
Qué disfrutá das pastagi?
Eu num como capim não!!!
[Smile]
Si o sior qué fazê picada,
di noitão ou di noitinha,
saino da casa-sede...
vai fazê mai não na minha.
O luar dá noiti boa
mai eu num quero a patroa
mi fazeno picadinha.
[Smile]
E num mi fali im trabaio,
qui chega mi dá ripío!
Trabaiei a vida intera,
ganhei foi só currupio,
dus guverno salafrário,
e di marido ordinário,
e guentei sem dá um pio.
[Smile]
Inté a kenga levô o dela,
mais é mió nem lembrá...
Marmita no carderão,
é trem véio padaná!!
Mia marmita é chiquetosa,
toda quentinha, briosa,
fiz im vezis pá comprá.
[Smile]
Muringa caiu de moda,
afffe que essi homi é antigo!
A foinha que o sior fala,
nem qui eu cunhecí, eu digo!
Até as de muié pelada,
já num inxisti mai nada,
mai pramordi isso eu num brigo.
[Smile]
Sior num mi venha cum treta,
mi contano seus segredo,
Qui Nhá Zica é genti boa,
conheço seu arremedo.
Dicerto cantô a veinha,
ela achô mió suzinha,
intão fica a apontá dedo.
[Smile]
A penúrtima di hoje,
é difici di ingulí,
lá nessas fazenda toda,
eis pranta o que eu nunca vi.
Prantaro até caviar,
essis ovinho do mar,
tá fartano lá... o saci.
[Smile]
E pur falá im saci,
to recebeno amiaça...
ela diz que é cangacera,
mais eu acho que é trapaça.
Viu mia vaca nas pastagi,
já pensô im levá vantagi,
Mai eu ispero qui num faça!
[Smile]
Mexa cum tudo que é meu!
'Té o burrico que eu comprei,
mai minha vaca é sagrada,
da India ceis cumpra a lei!
Si tu é memo cangacera,
sei que pranta cabacera...
Demorô qui acreditei!
[Smile]
Inté a vorta da lua...
Qui o trem aqui tá cumprido,
já num vai cabê mai nada,
nem prosa nem alarido.
To lavano as batatinha
que robei lá das vizinha,
pramordi fazê um cuzido.
[Smile]

Santios, 01/02/2010
TerePenhabe
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